No dia seguinte ao “Dia
DOC”, nosso passeio pela Côte d’Or (veja http://conservadonovinho.blogspot.com.br/2012/04/beaune-dia-2-parte-1.html e http://conservadonovinho.blogspot.com.br/2012/05/beaune-dia-2-o-dia-doc-parte-2.html), visitamos uma antiga fábrica de mostarda, a
Moutarderie Fallot, os Hospices de Beaune e um grande négociant de vinhos estabelecido no centreville. Todas estas visitas são altamente recomendáveis para
quem visitar Beaune.
Na moutarderie pudemos comprovar a imensa seriedade e o cuidado que os
franceses tem com qualquer coisa quando o assunto é gastronomia. A mostarda produzida na região
obedece uma legislação de AOC, e só pode ser preparada com vinagre ou suco de
uva produzido na Borgonha. A visita é muito legal também para as crianças, que
inclusive preparam um pouquinho da sua própria mostarda e, como todas as
visitas por aqui, acaba em degustação.
Les enfants et mamans fazendo dua mostarda |
Os Hospices de Beaune
atualmente se transformaram num bem conservado museu, já que desde a década de
oitenta as instalações hospitalares foram transferidas para um moderno hospital
na periferia, tudo custeado pelo tradicional leilão de vinho que ocorre no mês
de novembro. O hospital beneficente foi fundado em 1443 por Nicolas Rolin, chanceler do duque Filipe III - o Bom - da Borgonha e sua esposa, Guigone de Salins. A construção tem forte influência flamenca, uma vez que o ducado borgonhês àquela época se estendia até os Países Baixos. Os hospices possuem ainda hoje
inúmeros vinhedos que foram doados pelos nobres proprietários ao longo dos
séculos, que produzem valiosos e cobiçados vinhos, cujas receitas o mantem em atividade.
Depois do almoço fomos à
sede da Bouchard Pére et Fils, grande
firma “négociant” que desde 1985
pertence à família Henriot, de Champagne. Eu já havia marcado esta visita desde
o Brasil e fomos muito bem atendidos por uma guia muito simpática e de nome
incomum, segundo ela, Mme. Blandine.
Graças a Deus meu francês iniciante foi suficiente para acompanhar suas
explicações e até para fazer algumas perguntas e tirar dúvidas - até me
surpreendi, embora eu mesmo diga para a minha prof de francês que depois de umas taças de vinho eu falo francês
que é uma beleza... Mme. Blandine me explicou muito bem a história do domaine, nos mostrou as caves e acompanhou uma ótima degustação
ao final da visita.
A construção com o inconfundível telhado em padrão flamenco |
"O último julgamento" de Van der Weiden, a "jóia da coroa" entre as obras de arte dos hospices |
O "domaine": à esquerda, casa de veraneio de Monsieur Henriot, à direita, a sede da vinícola - tudo interligado por quilômetros de caves no subsolo |
O portão das caves |
A maison guarda vinhos até do século XIX - de 20 em 20 anos eles são abertos, provados, as garrafas são completadas com o mesmo vinho e re-arrolhadas |
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Vinhos para a degustação |
"Pechinchas" |
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O mapinha também foi brinde - assim com o tire-bouchon que a sympa Mme. Blandine me presenteou |
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Bourgogne |
Santé!,meu caro Carlos. Este post é pra deixar qualquer um com aquela vontade doida de conhecer a região e provar estas delícias.
ResponderExcluirTFA
Sem dúvidas, a viagem vale a pena. Belíssimas paisagens, ótimo vinho, excelente comida e muito boa gente!
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