Salut les amis!
Mais uma experiência enogastronômica coroada de
êxito para o meu livrinho de receitas! Para acompanhar um raríssimo vinho - um
Château de Villars-Fontaine "le Haut du Village" safra 1997
produzido pelo método ancestral nas Hautes Côtes de Nuits - aceitei a sugestão do amigo Jean Claude
Cara, que é o cicerone destes vinhos no Brasil, e decidi ir à cozinha
fazer a também tradicional receita de bouef bourguignon. Junto
aos kits de vinho propostos pelo amigo, que são importados pelo Emporio
Mundo, ele sempre encaminha suas sugestões de receitas para harmonização. E eu
não me canso de elogiar aqui ou em qualquer outro lugar este trabalho que eles
vem fazendo, afinal um apaixonado por vinho francês como eu tem mais que
agradecer mesmo o trabalho de garimpagem, importação e divulgação destas jóias
que eles estão desenvolvendo aqui no Brasil.
Enfim, voltando a nosso assunto, a grosso
modo o bouef é uma carne de panela cozida lentamente em vinho tinto - da
Bourgogne, preferencialmente (mas como não tenho uma árvore de
dinheiro apelei mesmo para um pinot noir chileno, já que foram quase 4 garrafas
nesta preparação... rsrs) Para o prato precisamos de uma carne bem rija e com alguma
gordura - na França eles utilizam um corte do dianteiro do boi, chamado paleron,
mas aqui podemos utilizar o músculo mesmo. A carne deve marinar no vinho
durante ao menos 12 horas junto com os temperos e depois disso passa horas no
fogo brando, vai cenoura, champignon... Vocês não imaginam a delícia que é o perfume que exala da cozinha
durante a preparação do prato...
Quanto ao vinho, ele
é resultante de uma longa maceração de pinot noir de vinhas velhas das Hautes
Côtes de Nuits (a região de encostas mais altas na porção norte da Côte d'Or, logo ao sul de Dijon, perto de Nuits-St.-Georges). Com uma bela cor rubi densa e muitas lágrimas
densas e lentas, mesmo aos 16 anos ele não mostra visualmente sinais de
evolução. Embora o tenha colocado para decantar bem antes da refeição,
ainda mostrava um primeiro nariz fechado, e com mais algum tempo na taça
começou abrir aromas de frutas vermelhas, sous
bois, rosa, couro e especiarias. O Jean fala que eu tenho que abrir os vinhos de Villars Fontaine um dia antes, da próxima vez vou obedecer... Embora seja criado por muito tempo
em barrica nova, os taninos bem integrados marcam boa presença e a madeira não
deixa muitos vestígios. O longo tempo de élévage, neste caso (alguns vinhos deste château chegam a passar 48 meses no carvalho novo, sendo 200% de barrica nova, ou seja, 2 anos em barrica nova, depois trasfegado para outra barrica nova onde vai ficar por mais 2 anos). Encorpado, equilibrado, sem arestas. Final muito longo.
Ainda tende a melhorar com mais alguns anos de garrafa, com o afinamento
dos taninos e o reforço dos aromas terciários.
Uma ótima pedida para quem gosta de um verdadeiro vinho, artesanal, saudável, no qual o amor do vinhateiro pelo que faz transparece na grande qualidade resultante.
Vocês podem conhecer melhor a história deste lendo estre outro post.
Santé! Au revoir!
Vocês podem conhecer melhor a história deste lendo estre outro post.
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