Salut les amis!
Faz um tempo razoável que não escrevo sobre vinhos, mas agora surgiu uma grande oportunidade.
Me peguei num dia desses lendo uma matéria da revista Menu compartilhada em uma rede social, na qual a jornalista Suzana Barelli exaltava a presença de enólogos estrangeiros trabalhando em terra brasilis e o grande salto qualitativo que os vinhos nacionais tiveram com a contribuição desse pessoal. Como eu sempre digo: o Brasil é um país ainda novo, e um dia a gente aprende. Pois é: ainda estamos aprendendo a fazer, a trabalhar e a apreciar um bom vinho, mas de poucos anos para cá a evolução é bem notável.
Faz um tempo razoável que não escrevo sobre vinhos, mas agora surgiu uma grande oportunidade.
Me peguei num dia desses lendo uma matéria da revista Menu compartilhada em uma rede social, na qual a jornalista Suzana Barelli exaltava a presença de enólogos estrangeiros trabalhando em terra brasilis e o grande salto qualitativo que os vinhos nacionais tiveram com a contribuição desse pessoal. Como eu sempre digo: o Brasil é um país ainda novo, e um dia a gente aprende. Pois é: ainda estamos aprendendo a fazer, a trabalhar e a apreciar um bom vinho, mas de poucos anos para cá a evolução é bem notável.
Nunca é demais lembrar que tudo se iniciou mais
seriamente no início do século passado, com a imigração de italianos e alemães
ao sul do país, sendo que a influência desta imigração foi muito marcante desde
quando a produção de uvas se resumia às variedades americanas para a produção
do vinho "colonial" de garrafão para o consumo local.
Na mesma noite que li esta matéria, tive a
oportunidade de mais uma vez comprovar a evolução do vinho nacional, provando
um exemplar que me foi apresentado pelo Peter Wolffenbüttel, amigo "virtual" da página Alemdovinho, um grande entusiasta do vinho
produzido no sul do país. Ao provar este merlot rolou em minha mente todo um flashback, aquela sensação
gostosa que nós enófilos sentimos quando algum vinho nos remete a experiências
já vividas, de estar relembrando bons momentos, uma satisfação muito grande em
comprovar que nosso país produz algo tão bom, e a um preço super-competitivo.
A primeira coisa a chamar a atenção é o visual: um belo rótulo em uma garrafa robusta, com personalidade! Com aromas complexos de ameixas, amoras, e framboesas frescas, um toque de
bombom de cereja, já ao abrir a garrafa a emoção de provar um grande exemplar nacional já era evidente. Mostra também a madeira super-bem utilizada, com
aromas tostados, de cedro, alcaçuz. Na boca é muito elegante, a fruta e o
álcool muito bem equilibrados, somados à boa acidez dos vinhos nacionais (o que
traz uma fineza e elegância que o diferencia de outros congêneres
sul-americanos, açucarados e estruturados em demasia). Comprova o que muita
gente vem dizendo, que o terroir ideal para as uvas tintas está
localizado bem mais ao sul do Vale dos Vinhedos - entre a Serra do Sudeste,
onde este é produzido - e a Campanha. Acompanhou muito bem uma massa com molho bem substancioso, mas eu diria que vai muito bem também com carnes vermelhas, principalmente cordeiro e até churrasco, ragus e funghi... De safra ainda jovem, creio que ainda vai evoluir bastante na garrafa.
Este vinho me fez lembrar uma viagem que
fiz há alguns anos, a Saint-Émilion e Pomerol. Preciso dizer mais?
À bientôt!